Está em todos os lugares, o invisível.
Nas paredes e no teto. Nas ruas.
As portas se abrem quando eu me aproximo.
A música ambiente muda.
Vejo anúncios produzidos apenas pra mim.
Roupas e sapatos feitos somente para meu corpo.
O invisível organiza sozinho o trânsito.
Não há mais semáforos e buzinas.
Só pedestres e carros sem motorista.
O invisível também está em casa.
No chão, atrás do espelho. Na pia.
Eu digo ao invisível: “menos luz” ou “mais luz”.
Digo: “menos frio” ou “mais frio”.
O invisível ajusta a luz e a temperatura.
É incansável até quando eu respiro.
Analisa as moléculas que exalo. Detesta doenças.
O invisível está em minha corrente sangüínea.
Misturado com os invisíveis naturais de meu corpo.
Consertando as células defeituosas.
Está também em meu cérebro.
Recebendo mensagens.
Enviando mensagens a outras mentes.
O invisível às vezes fala comigo.
Avisa que selecionou na brain-net alguém compatível.
Pergunta se eu gostaria de marcar um encontro.