Posts Tagged ‘Pequena coleção de grandes horrores’

“Pequena coleção de grandes horrores” por Ana Peluso

16/10/2015

CapaPCGH

Nem que eu quisesse resumir PEQUENA COLEÇÃO DE GRANDES HORRORES, de Luiz Bras (Editora Circuito, 2014), a um complexo, porém elegante, desconcertante, eu poderia. O livro é mais do que isso. É também, e principalmente, inquietante. Irreverente, irônico, icônico, poético, bem-humorado, intertextual, inventivo, pós-humano, existencialista até, e talvez por isso tudo um desconcertante não baste. Não espere ler o livro de cabo a rabo, como se fosse um conjunto de relatos cheios de lugar-comum. PEQUENA COLEÇÃO DE GRANDES HORRORES está longe do lugar-comum e das saídas prontas e facilitadas. Cada conto (micro ou maxi) é uma porrada, um espanto, como, de certa forma, sugere o próprio título do livro. Há idiomas a serem decifrados. Algumas sementes de DISTRITO FEDERAL (do mesmo autor, Editora Patuá, 2014) estão lá. É difícil deixar um conto e passar ao próximo, e do próximo ao próximo, pois todos têm universos muito próprios, estruturas que se definem muito bem no imaginário do leitor, e o que eu mais aprecio em literatura: personagens e situações nada convencionais. O resultado disso é que você vai ficar preso ao livro, e mesmo quando finalizar sabe que sempre vai retornar. Comigo, por exemplo, algumas estórias (ou seriam histórias?) me chamam para serem relidas já, de imediato, de forma que, se houver algo urgente a ser tratado comigo, encabece o rol de espera, pois no momento me encontro boquiaberta e pensativa, sem muita reação ao dito mundo real, no final das contas tão bem representado aqui pelo ideário fantástico do autor.

[ Ana Peluso é autora da coletânea 70 poemas, lançada em 2014, pela Patuá ]

“Pequena coleção de grandes horrores” na Musa Rara

24/07/2015

Musa Rara

A escritora Fátima Brito, autora da coletânea de contos Entre o elevador e a praça (Patuá), escreveu linhas preciosas sobre a vasta brutalidade e a breve leveza disseminadas na Pequena coleção de grandes horrores.

Para ler a resenha, basta clicar aqui.

“Pequena coleção de grandes horrores” no LiteraturaBr

24/04/2015

CapaPCGH

Preciosa avaliação de minha coletânea de humor negro, feita pelo escritor Marco Aqueiva, autor de Sob os próprios pelos: seres extraordinários (Patuá).
Para ler a resenha, basta clicar aqui.

“Pequena coleção” na revista Subtrópicos

06/02/2015

Subtropicos 15

O escritor e editor Dennis Radünz, autor de Extraviário (poemas, 2006), entre outros títulos, analisa os minicontos da Pequena coleção de grandes horrores para a revista Subtrópicos, da UFSC.

Extrapolando a noção de alienígena (o autor nos lembra que o étimo provém do latim, alienus gentus, nascido em outro lugar), Dennis surpreende nos minicontos uma desestabilizadora convergência-de-divergências.

Essa força centrífuga-centrípeta agiria no genoma do humanismo, reformulando os fluxos socialmente estabelecidos de civilização e barbárie, indivíduo e nação etc.

Na resenha de Dennis há um ritual dinâmico de ideias e um ritual extático de linguagem, ambos sofisticadíssimos. O desenlace propõe o problema tão contemporâneo da transição de fase (termodinâmica): se o objeto-livro é o signo físico do humanismo, qual será e quando surgirá o signo físico do pós-humanismo?

Para abrir a versão eletrônica da revista, basta clicar aqui.

2014 foi um ano muito produtivo

06/12/2014

Livros 2014

Duas mini-resenhas na web

27/06/2014

CapaPCGH

Pequena coleção de grandes horrores (Rio de Janeiro: Editora Circuito, 2014, 144 páginas) é um livro de micro e minicontos assinados por Luiz Bras, pseudônimo do multipremiado escritor mainstream Nelson de Oliveira. Conta com patrocínio da Petrobras e orelha de Renato Rezende e uma bela diagramação, trazendo quase oitenta textos que testemunham uma guinada do autor para o tupinipunk, ao mesmo tempo em que expressam pela via literária as frustrações e ansiedades do nosso Brasil pós-mensalão. Crítico, experimental e espirituoso.
[ Roberto de Sousa Causo, na Terra Magazine. ]

Investigo e trabalho com o tema do pós-humano desde 1999, desenvolvi um universo ficcional, a Aurora Pós-humana, resultado desse work-in-progress e tenho criado trabalhos transmídia em suportes diversos: quadrinhos, HQtrônicas, música, pintura, ilustração, instalações artísticas, web arte, poesia, aforismos, performance. Então, foi com grande entusiasmo e surpresa que recebi esse volume de contos do matogrossense Luiz Bras. A obra tem como tema central o pós-humano, no entanto, longe das possíveis obviedades do assunto e de sua raiz cientificista, o autor está muito mais preocupado em apresentar os dramas humanos de forma irônica e crítica, dramas e tormentos que se repetem mesmo diante do avanço hipertecnológico. A literatura de Bras lança mão de experimentalismos de linguagem, mas não a ponto de tornar-se hermética e simplesmente esquecer da existência de um leitor, como boa parte da chamada alta literatura contemporânea brasileira faz ao criar livros para ninguém ler. O livro me fisgou e li de um fôlego só, rindo, me entristecendo e às vezes me questionando a cada nova página. Literatura que provoca, isso é arte. O Ciberpajé recomenda!
[ Ciberpajé Edgar Franco, em A arte do Ciberpajé. ]

Entrevista (completa) a Hugo Viana, da Folha de Pernambuco

26/05/2014

Programa Capa (6c)

Gostaria primeiro de saber como localiza o gênero horror na tradição literária nacional.
O horror é um conceito bastante amplo. Seus tentáculos invadem vários nichos da literatura brasileira. Escritores de nosso mainstream (Monteiro Lobato, Lygia Fagundes Telles etc.) já produziram boa ficção de suspense e horror. E há também os ficcionistas que se dedicam exclusivamente a esse gênero: Eric Novello e André Vianco, entre outros. Meu estilo é um pouco diferente do estilo desses escritores. Em meus minicontos, eu não quero aterrorizar meus leitores com o sobrenatural. Quero aterrorizá-los com a ciência e a tecnologia do futuro.

Acredita que a relativa ausência de livros do gênero indica uma posição do mercado editorial? Do interesse dos escritores? Ou ainda uma mistura dos dois lados?
A literatura de gênero (ficção científica, fantasia e horror) não goza de muita popularidade entre os intelectuais brasileiros. Ela é considerada uma subliteratura. Mas um grande exército de leitores invisíveis prestigia bastante os romances de Stephen King, Clive Barker… Eu gosto de afirmar que existem duas elites no competitivo campo literário: a elite da alta literatura e a elite da literatura de gênero. As duas não conversam, vivem em constante embate.

Ainda sobre o pequeno espaço reservado para as narrativas de horror: como percebe a participação da crítica e da academia na pesquisa e legitimação do gênero? Acredita que há alguma medida de preconceito?
Opa, acho que acabei respondendo essa questão nas anteriores.

Você fala que o livro é composto por minicontos. Em que sentido essa modalidade textual difere de contos e outras narrativas curtas tradicionais? O que caracteriza o miniconto e quais os desafios de um autor ao tentar envolver o leitor em poucos parágrafos?
O miniconto e o microconto são formas brevíssimas que muitos escritores brasileiros adoram exercitar. A diferença entre os dois está na extensão. O miniconto é feito de poucos parágrafos, enquanto o microconto é feito de poucas palavras, às vezes de poucas letras (para ser publicado no twitter, por exemplo). Contar uma história de maneira supereconômica é um desafio semelhante ao do soneto ou do haikai. Numa cultura que prestigia mais o romance do que os outros gêneros, ser minicontista é estar à margem da margem.

Especificamente sobre o livro. O tema dos contos varia entre aspectos do cotidiano: política, religião, sociedade. Como percebe o diálogo entre o horror e as instâncias recorrentes do cotidiano? O que é gerado a partir desse encontro?
O eixo que une todos os contos é o do horror absoluto. São histórias que sempre terminam muito mal. Foi a maneira que encontrei de me vingar dos políticos corruptos, das injustiças sociais, da burocracia assassina, enfim, da gloriosa estupidez humana.

Não apenas o horror, mas os textos tendem também para a ficção científica, para a ironia. Vistos em retrospectiva, acha que são gêneros particularmente bons para explorar medos, receios históricos de diferentes sociedades?
A ficção científica me interessa muito, principalmente a FC brasileira. Hoje, nos importantes centros de pesquisa, os cientistas estão modificando o corpo humano. É a biotecnologia, a engenharia genética, a revolução pós-humana. O que antes somente a religião se atrevia a prometer (a vida eterna da consciência saudável e produtiva), agora é a ciência que está ambicionando realizar. Para alcançar esse objetivo, o ser humano está disposto a modificar seu código genético e, se for necessário, unir-se fisicamente às máquinas. Tudo isso forma a matéria-prima com a qual eu gosto de trabalhar.

Gostaria de saber ainda sobre seu peculiar interesse nos temores do corpo; as experiências do sangue; as mutações dos organismos – aspectos que parecem integrar os melhores microcontos do livro.
A revolução pós-humana tem gerado debates intensos entre cientistas, sociólogos, juristas etc. Os escritores não podem ficar de fora. As drogas da inteligência prometem ampliar nossa capacidade intelectual. A engenharia genética promete gerar pessoas mais saudáveis, que viverão duzentos anos. A conexão cérebro-computador nos permitirá transmitir pensamentos e comandar robôs a distância. O futuro será perigoso e inquietante, e já estamos entrando nele.

“Pequena coleção de grandes horrores” no Estado de Minas

30/04/2014

Estado de Minas

Pequena homenagem

17/04/2014

Cem anos de solidão

Este miniconto pertence à Pequena coleção de grandes horrores, recém-lançada pela editora Circuito.

Nota no Diario de Pernambuco

13/03/2014

DiarioPernambuco